5 de nov. de 2009

Na noite em que chorou .

Naquela noite ele chorou, já fazia algum tempo que não expunha para o mundo seus sentimentos. Nem conseguiu lembrar depois porque chorava, mas foi preciso tão pouco para emocionar. Apenas um pequeno vídeo, meia dúzia de instrumentos, uma voz grave ao fundo, o som das palmas no ritmo. O coração batia no mesmo ritmo, já não precisava mais criar o hábito, já estava enraizado nele.

Naquela noite ele chorou, não tinha certeza do que pensava, não tinha certeza de suas vontades e desejos, não sabia mais o que iria fazer. Era uma noite frustrante, era uma noite solitária.

Naquela noite ele chorou, chorou de vontade, de querer e não poder, de esperar e nunca chegar, de fazer tudo certo sem necessariamente conseguir o desejado. Foi um pouco de tristeza, um pouco de ansiedade, um pouco de saudade, um pouco de frustração.

Naquela noite ele chorou só de ouvir o berimbau.