12 de jun. de 2013

L'inspiration est un coton

A água fria consolida os pensamentos, concretiza o abstrato. Deixa sem graça; sem vida. A vida mora no acaso, no calor do abraço e no sorriso depois do beijo. Vida não é moradia do descaso, do saber. Mas é moradia da sabedoria; dos sabores. Um livro, um beijo e um cobertor. Felicidade não se nega, se desmancha.

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Adorno; adereço, endereço sem coordenada. Como propor uma geografia do teu corpo, se dele nada se conhece a não ser aquilo que se quer conhecido? Para uma geografia completa é necessário que a cebola seja descascada. Camada por camada, olhar por olhar. O que enfeita enfatiza.

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Harmonias e desencontros; como se não houvesse mais sincronia. E já fazia tempo que um amigo concluíra: "sincronia é tudo". Mas sincronia não é acertar os horários dos relógios (desse tempo mecânico que estamos acostumados) isso seria, no limite, uma coordenação da contagem do tempo clássico, chato e sem graça alguma. O interesse vem do tempo do outro. O relevo é o outro. Que ajuda um eu, com licença poética e prática, a existir e a se delinear. Enfim, dormir lendo e acordar coberto: isso é felicidade, sinônimo de sincronia.

5 de jun. de 2013

Comment traduire le chaos en cosmos

O pensamento é a morada do caos; é na língua que o cosmo se encontra. No sotaque, nos acentos e nas risadas; pensamento em fala, linguagem em harmonia. No olho: o complexo, no corpo: o óbvio e, no pensamento... o obtuso. Medusa e sereia misturadas, congela com o canto e se esvai pela visão.

Que as mãos se cruzem, que os mundos colidam e que os astros considerem e se encontrem.